Traduza/Translate/Traducir/Traduire/翻譯

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Sobre a Questão do Transporte Alternativo na cidade de Limeira-SP

Introdução

Limeira é uma cidade situada na parte leste do interior do estado de São Paulo. Desde o século XIX, após sua fundação, destacou-se como grande produtora de café contando com a mão de obra dos primeiros imigrantes europeus a chegarem ao Brasil numa época onde ainda reinava a escravidão. Ao longo dos anos a cidade foi referência na produção de laranja e cana de açúcar. Além da agricultura, outro ramo onde a cidade destaca-se nos dias de hoje é o industrial, possuindo diversas vertentes. Destacam-se a metalurgia, metal-mecânica, autopeças, cerâmica, papel e celulose, embalagens, máquinas e implementos e especialmente a área de jóias e folheados. No ano de 2010 foi gerada uma riqueza de R$452.727.187. Limeira, portanto, pode ser considerada uma importante cidade de médio porte do estado de São Paulo.



Segundo o mais atual levantamento do IBGE (2010), hoje a cidade possui uma população de 276.010 habitantes. A análise dos dados anteriores permite prever com certo grau de precisão que haverá 300.000 habitantes na cidade no ano de 2014, e, certamente, antes do ano 2030 a população terá ultrapassado os 400.000 cidadãos, considerando-se as taxas de crescimento atuais. Segundo o mesmo levantamento citado, existiam à sua época aproximadamente 145.000 veículos motorizados na cidade (o número correto seria 144.362). Deste montante 62% são carros e 28% motocicletas, que juntos, portanto, correspondem a 90% dos veículos motorizados registrados. Infelizmente não há dados nesta pesquisa nem em qualquer outra base de dados consultada o número preciso de bicicletas da cidade. Porém, podemos tomar para este cálculo 0,75% do número de habitantes (ou 75 bicicletas a cada 10.000 habitantes), baseado em dados de cidades como Aracajú-SE, Balneário Camboriú-SC e Nova Yorque-NY-EUA. Assim, estima-se que a cidade de Limeira tenha aproximadamente 2.000 bicicletas, um número relativamente pequeno, porém considerável.


Contextualizando o Problema

É do conhecimento de qualquer pessoa minimamente informada que a queima de combustíveis fósseis é uma das principais causas do aumento exacerbado do efeito estufa e contribui grandemente para o aumento da temperatura média de nosso planeta. A maioria absoluta dos veículos motorizados atualmente se vale da queima de combustíveis fósseis (gasolina, diesel, querosene, dentre outros). Sendo assim, pode-se afirmar categoricamente que pessoas de cidades relativamente desenvolvidas - em que o número de carros é da mesma ordem de grandeza do de habitantes, como é o caso de Limeira-SP – são diretamente responsáveis pelo aumento gradual das temperaturas das estações, devastando ecossistemas, extinguindo incontáveis espécies animais e consequentemente esculpindo um futuro trágico não muito distante. Segundo cientistas especialistas, existem ainda alternativas viáveis para a reversão deste quadro, desde que aplicadas em curto prazo.

 O transporte público - ônibus, trens e metrôs - deveria ser uma alternativa pujante. Infelizmente, porém, a dura realidade revela serviços ineficientes com graves falhas: número insuficiente de veículos adequados, atrasos recorrentes e alto custo cobrado pelos precários serviços, apenas para citar alguns exemplos. Portanto, salvo raras exceções, o transporte público coletivo é uma grave questão em aberto a ser resolvida pelos governantes com o auxílio da sociedade civil organizada. Algo perfeitamente viável para deslocamentos de até 5km em boa parte das cidades brasileiras é o uso de bicicletas. Certamente a “aptidão topográfica” é um fator que deve ser levado em conta, entretanto não é o mais importante.



A educação no trânsito, a adequação de vias públicas e o incentivo aberto à prática ciclística certamente são fatores decisivos em detrimento à “aptidão topográgica”. Dados da Agência Nacional de Trasnportes Públicos (ANTP) revelam que em todo território nacional apenas 7,54% dos deslocamentos urbanos são realizados com o auxílio de bicicletas. A exemplo disso pode-se citar que o Plano Diretor da cidade de Limeira sequer cita ou considera o transporte ciclístico como meio de transporte urbano ou rural. (Em nenhuma parte do texto encontra-se palavras como bicicleta, ciclovia ou bicicletário). Neste ponto identifica-se a necessidade premente de uma mudança de paradigmas na comunidade local, bem como regional, nacional e internacional. Cabe a cada indivíduo, governante e entidade representativa tomar as devidas iniciativas.


Atitudes Propostas

Através deste documento eu e, acredito, boa parcela da população de Limeira-SP, venho propor, contando com a parceria e colaboração da Câmara dos Vereadores, secretarias municipais afins (planejamento, obras, meio ambiente e saúde), um projeto em favor de um dos meios de transporte urbano mais importantes e que via de regra é deixado sempre a segundo plano: o transporte ciclístico.

 Almejamos com esta atitude contribuir com o início da mudança de paradigmas citada anteriormente. Este projeto está baseado no seguinte ciclo:

Criação, manutenção e promoção de BICICLETÁRIOS -> Aumento do número de CICLISTAS na cidade (lazer e trabalho) -> Melhora na QUALIDADE DE VIDA geral e diminuição dos gases do efeito estufa


















 Propomos, portanto, como primeiro passo a “criação, manutenção e promoção” de bicicletários em pontos estratégicos de reconhecida circulação e comércio em Limeira (praças, parques, supermercados, shopping centers e bancos). O ideal seria termos uma vaga para bicicleta a cada dez vagas de carros. Certamente, com a presença desse equipamento urbano o ciclismo em nossa cidade será direta e indiretamente incentivado. Aliado a isso, a manutenção poderia se dar através dos comerciantes da região interessados em patrocinar parte dos custos com o benefício de ter seu estabelecimento citado em alguns dos bicicletários.

Independentemente da forma como seja executada a implementação sugerida, uma atitude que deve ser tomada concomitantemente é a conscientização da população em geral e dos motoristas em especial. Campanhas objetivas através dos meios de comunicação disponíveis, bem como inclusão deste tópico nos centros de formação de condutores e em aulas para as crianças e adolescentes do município são armas que podem ser usadas amplamente em prol da causa ciclística. Em etapas seguintes, a serem melhor elaboradas, necessária e naturalmente questões como a criação de ciclovias e a integração com demais meios de transporte públicos deverão ser tratadas.


Fontes

Nenhum comentário:

Postar um comentário